do hard things. but also don’t.
deixa eu mudar a química do seu cérebro e se eu não conseguir pelo menos a curadoria de meme aqui é impecável.
Finally. Meu debut no mundo das Newsletters.
Fazer algo novo (no meu caso escrever publicamente de forma extensa) chega a ser fisicamente dolorido. Mesmo depois de 8 anos empreendendo e matando um leão por dia.
Desde que anunciei nos meus stories no Instagram que estava pensando em fazer uma newsletter e recebi essa validação externa e green light do “siga em frente” fiquei debatendo qual seria o assunto épico que iria me lançar neste novo médium de comunicação. Óbvio, que teria que ser algo inédito, algo que valeria a pena o seu tempo, e até parar o seu doomscroll, algo extremamente original, novo, nunca dito e visto antes, ou algo extremamente útil. Mas é óbvio que essa minha versão Napoleônica era uma armadilha perfeita para eu não escrever nada. Cada ideia que eu tinha parecia não ser boa o suficiente, nem perto. A minha expectativa estava tão alta, e eu estava tão overwhelmed, que eu sabia que nada seria bom o suficiente pro meu Grand Opening aqui.
Foi então que eu decidi falar exatamente sobre isso. Sobre esse incomodo de começar coisas novas ou dar um passo em direção ao seu higher self (essa palavra makes me f cringe mas não encontrei outra).
Dar nome aos bois pra mim sempre foi o melhor antídoto. E o nome deste ordinário é: Resistência. Com R maiúsculo. Let me explain…
O autor Steven Pressfield defende que existe uma força universal - invisível, silenciosa e matadora - que nos sabota quando vamos tomar uma atitude em direção aos nossos sonhos/projetos novos. Sejam eles grandes ou pequenos. E, quanto maior os sonhos, maior é a força do Restistance. Ela é uma sombra no chão que se forma de acordo com o tamanho dos seus sonhos. Diretamente proporcional. That little bitch.
É assim:
Sonho Pequeno = pouco Resistance → é chatinho começar mas eventualmente você engata. The stakes are low enough.
Sonho Grande = muito Resistance → chega a ser praticamente física a inabilidade de começar, você se sente preso. Como se tivesse perdido sua própria autonomia. The stakes are high af.
Esse conflito interno é o que ele batizou de The War of Art.
Eu pensei muito nisso ao querer soltar essa newsletter e, por muitos dias, a incapacidade de sentar a bunda na cadeira e escrever a primeira frase, mesmo sobrando tempo ou intencionalmente separando o momento pra escrever, eu me via levantando para lavar a colher que usei pra pegar aveia (que não estava suja, porque aveia é seca), ou organizar o meu armário ou algo inútil como separar os aplicativos do meu celular por cor. Chegava a ser cômico os caminhos que eu percorria só pra não ter que escrever. A procrastinação de cada um toma um formato diferente.
Essa meta-cognição não vem fácil para ninguém. Entender que essa auto sabotagem pode tomar caminhos ou shapes infinitos e fazer essa própria autuação do que esta acontecendo internamente vem de um processo ardido de olhar pra dentro e fazer alguns questionamentos (e óbvio, no meu caso, muitos anos de psicanalise). Muitas vezes somos tomadas pelo piloto automático ou pelo scroll infinito que nem nos damos conta desse plano meticuloso que armamos contra nós mesmos. Anos e as vezes até décadas se passam até a gente se dar conta destes padrões.
E a maior ironia é que quanto mais tempo deixamos passar, mais improvável se torna a chance da gente dar o primeiro passo em direção ao sonho/projeto. É como se a gente tivesse reforçando a ideia internamente que somos incapazes ou que aquilo não faria diferença na vida de ninguém. Ou qualquer versão que o Resistance inventa naquele momento. E aquilo se torna a nossa verdade. A passagem do tempo só serve pra acumular mais munição e mais motivos do porque não deveríamos dar o próximo passo. Nesse caso, time is not your friend.
No risco de soar como frase de livro de autoajuda: You can follow the plan or you can follow your mood.
E eu, até uns 2/3 anos, atrás como uma boa baby entrepeneur era a maior fã do Hustle Culture, do “corram enquanto eles andam”, “trabalhe enquanto eles dormem", basicamente tudo do universo rise and grind. Até que eu percebi que quando você corre sem parar, você lesiona. E quando você trabalha enquanto eles dormem, eles acordam plenos, descansados, produtivos, com a ✨pele linda✨ e você, com dermatite atópica.
No entanto, existe um meio termo otimizado. O gráfico é uma curva no formato de um sino. É aquele sweet spot em que você consegue se comprometer e honrar as promessas que você fez a si mesma mas ao mesmo tempo entender que neste primeiro momento você não precisa chegar com os dois pés no peito. De vez em quando, é bom lembrar que the dose makes the poison. Não precisa ser o melhor, ou até mesmo ser bom. Você pode só fazer e ir melhorando com as repetições. Não é mutuamente exclusivo. Você pode sim dormir enquanto eles dormem e andar enquanto eles andam.
O processo de descoberta está escondido dentro do próprio ato do fazer. A gente encontra os nossos pensamentos e as nossa perspectivas nos envolvendo com o processo em si. E não ao contrario como a suposição de muitos.
O que paralisa a maioria das pessoas, na minha opinião, é que elas querem sentir um cheiro de como o caminho vai se desdobrar na frente delas antes de darem o primeiro mergulho. As vezes elas não querem nem colocar o dedinho do pé pra ver se a água está fria demais, mas só querem ficar observando a reação das outras pessoas ao entrarem na água ou, pior ainda, julgar que o mortal 360 delas não foi alto o suficiente, e que ela teria pulado mais alto.
Somos programados, do ponto de vista evolutivo a buscar prazer e evitar dor a qualquer custo, ou seja, nossa própria biologia nos condiciona a buscar o conforto do familiar e a não tomar riscos que podem nos colocar em situações passiveis de sermos julgados. Nas palavras do Arthur Brooks “Mother Nature doesn’t care if you’re happy”. O que garantia a nossa sobrevivência não era a felicidade e sim uma atenção extrema a detalhes, hiper vigilância, aversão a risco e um viés de negatividade. O coquetel perfeito do controle.
Infelizmente, a maior lição pra Little Miss Adores To Romanticize Her Creativity que soy yo é que: o trabalho é o motor das ideias, o processo de se debruçar e testar coisas novas é que vão gerar novos insights e novas oportunidades. Coach Vikinha de novo mas The magic you are looking for is in the work you are avoiding.
Você precisa de uns bons começos extra cringe, de uns bons nãos, de uns bons pagar mais caro do que deveria, contratar errado, escrever mal pra poder um dia escrever bem. E por isso, aqui estou. The only way out is through.
Adorei! Me fez refletir, o maior inimigo de uma pessoa é ela mesma , dar o primeiro passo e sempre mais difícil!
Eu sou fã! Fã dessa mulher, desse cerebro lindo e principalmente dessa alma que troca com tanta genuinidade! Bem Vinda Vic, finalmente te temos aqui!